segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Branco sobre branco

Sandra Abdalla

Considero que uma das sortes que tive na vida foi conhecer o Murilo.

Inteligente, curioso , um grande e querido amigo.

Logo que entrei no Jornal(da Tarde em 1970), o Murilo costumava levar os desenhistas até a sua casa.Toda branca. Ficavamos enlouquecidos com o volume de livros sensacionais, empilhados pelo chão.Enquanto folheavamos aquela maravilha, sem saber por onde começar, ele me perguntou o que eu gostava em música, já que em desenho o meu predileto era o Steinberg e o dele o André François. Disse que achava o Satie o mais próximo dos que gostam de desenho.Logo depois, o som da "Gymnopedie" invadiu a sala. Fui conferir qual LP, que também aos montes ficavam encostados nas paredes, estava tocando.

E lá estava o querido Murilim, tocando em seu piano de cauda também branco...

“Conheci o Murilo em 1969 e fui trabalhar no JT em 1970. Acho que fomos bastante próximos durante todo o tempo.
Mesmo quando ele saiu do jornal mantivemos um contato constante. Acompanhei as mudanças de endereço e reformas que ele fez pela vida. O Murilo foi uma pessoa de que gostei muito.Toda novidade que eu via quando viajava , tinha certeza que ele também se interessaria. Infelizmente nesta última viagem não deu tempo para a gente se encontrar e trocar figurinhas. É uma pessoa que faz falta.”

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